sábado, 7 de junho de 2014

A Terapia dos Condimentos

 Todos os vegetais, em maior ou menor escala, possuem compostos especiais que desencadeiam processos bioquímicos e metabólicos no organismo humano, de grande dimensão. As plantas medicinais são as que possuem esses compostos em maior concentração, podendo ser usadas, em grande parte, de forma direta na alimentação humana e animal.

As plantas medicinais aromáticas, ou condimentares, são as que exercem maior atração para o consumo na alimentação. Basicamente, a ingestão de pequenas quantidades diárias de condimentos na alimentação desencadeia uma maior salivação e produção de ácidos digestivos estomacais.

Esses fatores acabam, por si sós, contribuindo para um bom processo digestivo, fazendo também com que os nutrientes passem de maneira mais harmônica para a circulação, o que aumenta a ativação das defesas naturais.

Outra ação positiva dos condimentos é que a maioria deles tem caráter alcalino, como é o caso do aipo, do alho-poró, da cebola, do anis-estrelado, da canela, das pimentas, do açafrão e muitos outros. No nosso organismo, há uma falta de equilíbrio freqü ente entre o ácido e o básico, com uma tendência muito constante ao ácido – devido, principalmente, ao estresse, à vida sedentá ia e à falta de descanso.

O estresse causa uma liberação de grande quantidade de adrenalina na corrente sangüínea, o que aumenta a oxigenação das células, desencadeando a produção de substâncias ácidas pelo corpo e a eliminação excessiva de vitaminas e sais minerais pela urina. Essa condição ácida deixa o organismo com uma baixa resistência às doenças, predispondo-o a infecções.
Nesse ponto, os condimentos entram como coadjuvantes no processo de equilíbrio do corpo. Além de serem fontes de vitaminas e minerais, ajudam no balanço á cido-base do metabolismo corporal.

Com fins terapêuticos, as plantas aromáticas podem ser usadas na alimentação de forma regular e em pequenas quantidades. Cada uma delas apresenta uma função muito específica, mas podem ser agrupadas de acordo com a ação em um mesmo tempero, incrementando o sabor e o aroma dos alimentos.

Alguns condimentos servem ainda para facilitar a digestão e evitar a fermentação intestinal. Em situações especiais de saúde física, os temperos também se têm mostrado muito benéficos.
Pesquisas demonstram, por exemplo, que a adição regular de canela e cúrcuma na alimentação, em pequenas quantidades diárias, pode desencadear um resultado positivo na produção de insulina no corpo, dica muito útil para os diabéticos.

Algumas plantas, porém, são contra-indicadas em algumas situações. Pessoas com câncer e Aids e mulheres gestantes e lactantes devem utilizar os condimentos de forma parcimoniosa, sempre com orientação médica. De modo geral, recomenda-se a eliminação de cebola, cebolinha, alho e alho-poró da dieta. O alho, contudo, tem-se mostrado eficaz no tratamento complementar do câncer de estômago. A cebola também mostra alguns efeitos antitumorais.

Outro caso de restrição é o de pessoas com pele acnéica e problemas de gastrite e úlcera estomacais. Pimentas e temperos fortes, nesse caso, são contra-indicados em quantidades elevadas, pois têm ação muito estimulante e aquecedora no organismo, podendo agravar o problema. A adição geral de condimentos pode até ser feita, mas sempre seguindo critérios bem específicos.

Em casos especiais, o ideal é procurar sempre um profissional capacitado que possa fornecer recomendações individuais para a utilização criteriosa e positiva dos condimentos na alimentação.

A forma como a planta condimentar é usada na dieta também irá definir seu potencial terapêutico. Quando o objetivo do consumo de ervas aromáticas é estritamente terapêutico, recomenda-se a utilização do condimento na forma fresca, pois durante a desidratação, por mais criteriosa que seja, sempre há perdas e alterações de alguns compostos existentes. Isso pode ser facilmente notado nas diferenças de aroma, sabor e cor de uma infusão feita com ervas frescas e outra feita com ervas secas.
CMS

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