quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Amores e Bruxas



O jovem Rei Arthur, monarca de imemoriáveis tempos distantes, foi surpreendido pelo imperador de um reino vizinho, enquanto caçava furtivamente em um bosque.
O Rei poderia tê-lo matado no ato, pois a morte por decapitação era o castigo para quem violasse as leis da propriedade daquele cruel império. Contudo, comoveu-se ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que, no prazo de um ano, trouxesse a resposta a uma pergunta difícil: O que as mulheres realmente querem?
Semelhante pergunta deixaria perplexo até ao homem mais sábio do planeta e ao jovem Arthur pareceu impossível responde-la.
Contudo, aquilo era melhor do que a morte cruel que se avizinhava, de modo que regressou a seu reino e começou a interrogar a todos que viviam sob seus domínios: perguntou aos sábios e profetas, questionou aos monges e as prostitutas, argüiu a princesa, a rainha e aos nobres, tentou ainda o bobo da corte,... enfim, a todos. Mas ninguém soube dar uma resposta convincente.
Porem, todos o aconselharam a consultar a uma velha bruxa que morava em um castelo em ruínas, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços.
Chegou o ultimo dia do ano acordado e Arthur não teve mais remédio se não recorrer a feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, desde que o jovem Arthur aceitasse o preço: ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre e belo da Tavola Redonda, o mais intimo amigo do Rei Arthur e cortejado por todas as belas jovens de seu reino!
O jovem Arthur a olhou horrorizado: era uma mulher horrorosa, tinha um só dente em toda a boca, desprendia um fedor que causava náuseas até aos bodes, fazia ruídos obscenos, soltava gases terríveis enfim, nunca havia visto, em toda a sua vida uma criatura tão repugnante.
Se acovardou, se a visão daquela bruxa já o enojava , pedir a um amigo de toda a sua vida que a desposasse e assumisse essa carga pareceu-lhe por demais terrível.
 Mas ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e da preservação da Távola Redonda.
Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, disse o que realmente as mulheres querem:
Serem soberanas de suas próprias vidas e que sejam respeitadas em sua individualidade!
Todos souberam, no mesmo instante, que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo. E assim foi. Ao ouvir a resposta, o imperador vizinho deu-se por satisfeito e lhe devolveu a liberdade.
Porém, que tristes bodas foram aquelas... Toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais desagrado entre o alivio e a angustia, que o próprio Arthur. Gawain, se mostrou cortes, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou de seus piores hábitos: comeu sem usar talheres, gritou com quase todos, proferiu palavras impronunciáveis até nos mais baixos bordéis do reino, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso.
Chegou a noite de núpcias. Quando Gawain, resignado, já preparado na cama a aguardar sua “esposa”, ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! Uma verdadeira Vênus, sonho de todo cavaleiro destas e daquelas bandas. Gawain ficou estupefato e mal balbuciando as palavras, perguntou o que havia acontecido com a bruxa.
A jovem lhe respondeu com um sorriso doce, que como havia sido cortes com ela, a metade do tempo se apresentaria com aspecto horrível que ele já conhecia e a outra metade com aspecto desta uma linda donzela que agora tanto o extasiara.
Então ela lhe perguntou qual ele preferiria para o dia e qual para a noite?
Que pergunta cruel... Gawain se apressou em fazer cálculos. Poderia ter uma jovem adorável e bela durante o dia, para exibir a todos os seus amigos da corte, e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa ou, quem sabe, ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.

Vocês o que teriam preferido? O que teriam escolhido? A escolha que fez Gawain esta mais abaixo. Porem, antes tome sua decisão.

E IMPORTANTE QUE SEJA SINCERO COM VOCE MESMO.

O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta, ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua vida.


MORAL DA HISTORIA: “Não importa se a mulher e bonita ou feia. No fundo, ela é sempre uma bruxa!” 

P.S: Desconheço a autoria desta fábula; muito interessante e reflexiva.
Clau Srt

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